Barbie: um dos mais esperados do ano supera expectativas
Estreou nesta quinta o filme que vem deixando o mundo inteiro mais cor de rosa: “Barbie“. Um dos filmes mais […]
Estreou nesta quinta o filme que vem deixando o mundo inteiro mais cor de rosa: “Barbie“. Um dos filmes mais aguardados do ano é dirigido pela roteirista e cineasta Greta Gerwig (“Adoráveis Mulheres”, “Lady Bird: A Hora de Voar”), e estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling. “Barbie” é um filme que soube mesclar muito bem sátira, crítica social e momentos muito emocionantes – surpreendendo muito as minhas expectativas.
Quando soube do anúncio desse filme, confesso que não fiquei muito empolgada. Apesar da Barbie ter feito parte da minha infância de forma integral, confesso que achei que o filme seria uma comédia forçada e esquecível. Qual foi a minha surpresa ao me deparar com uma história emocionante, sensível e que diz muito mais respeito à vida da mulher adulta do que apenas um deleite nostálgico.
Em “Barbie” somos apresentados à Barbieland – o mundo mágico das Barbies, onde todas as variantes da boneca convivem harmoniosamente, preocupando-se somente em escolher as roupas ideais para encontros com amigas e desfrutar de festas e praias diariamente. Tudo isso escoltadas pelos Kens – variantes do boneco que são felizes apenas por acompanhar e conviver ao lado delas. Tudo parece incrível até que uma das bonecas (vivida por Margot Robbie) começa a perceber que sua vida talvez não seja tão perfeita, questionando o propósito de sua existência e alarmando suas companheiras. Para entender de onde estão vindo esses sentimentos, ela precisa viajar até o mundo real que é totalmente o oposto do que ela está acostumada.
Além das questões pessoais que a personagem enfrenta, o filme tem como plano de fundo uma transição geracional – conseguindo gerar identificação com praticamente todas as gerações em algum momento. Os paralelos entre o “mundo real” e a “Barbieland” são justamente o pilar principal da crítica do filme.
Estética do filme é um prato cheio de referências para quem cresceu com a boneca
A Barbielândia (Barbieland) é um mundo perfeito e cheio de representações de não apenas os cenários que fizeram parte da infância, como também de referências diretas aos comerciais da Mattel e representações da Barbie. Uma Barbie que eu adorei e que chama muito a atenção é justamente a “Barbie Estranha”, fazendo referência àquelas bonecas pintadas com canetinha ou com o cabelo cortado pelas crianças. Porém, as outras “Barbies” acabam não tendo tanta importância individual e servindo mais para complementar a jornada da personagem da Margot Robbie.
Outra coisa que chama atenção em “Barbie” é justamente que ele soube misturar comédia, crítica social, sátira e muita reflexão, com um pouco de musical também. Tudo tem seu momento e lugar e a transição de “tom” acaba não ficando confusa nem abrupta. Questões como a própria influência da Barbie ao longo dos anos – tanto positiva como negativa para as meninas – e principalmente a forma como a Mattel explora esses temas para obter ainda mais lucro são discutidas de forma leve em forma de sátira.
Também existe leveza e sagacidade ao abordar a dinâmica entre homens e mulheres ao longo do tempo, bem como a análise dos papéis sociais atuais. O filme possui uma abordagem genuinamente divertida, com um humor que varia entre o sarcasmo e a ingenuidade, mas também emociona ao explorar a jornada existencial dos protagonistas. “Barbie” é incrível, merece ser assistido mais de uma vez e principalmente compartilhado e discutido.
Nota: 9/10
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